quarta-feira, 30 de julho de 2008

RESPEITO PELA CRIANÇA

RESPEITO PELA CRIANÇA

Ensinei os meus cinco filhos a tocar piano e também alguns netos que moravam em S.Paulo. Mas nunca os massacrei como fazem muitos professores de piano.
A melhor de todos foi a Cynthia, minha terceira filha, que inclusive recebeu aulas da Magda Tagliaferro.
Quando ficava sem empregada não faltava com as aulas dos meus alunos. Levantava mais cedo e preparava o almoço e janta antes das primeiras aulas, que muitas vezes eram às oito horas da manhã.
Mas acabava sacrificando as aulas dos meus filhos; então resolvi tratar uma das colegas para dar aulas para a Cynthia. Era uma professora muito competente. Porem ela me disse quem só ensinaria minha filha se eu prometesse que ela estudaria uma hora diariamente.
Então eu desisti porque penso que uma criança de sete anos (era sua idade na ocasião) não deve ser obrigada a estudar uma hora por dia para fazer uma carreira que poderá talvez nem se realizar, sacrificando a sua INFÃNCIA, que é uma fase da vida, como todas as outras, que não volta mais.E penso que,a criança que deve ir aos poucos se apaixonando por esse aprendizado e por sua própria conta vai estudar mais porque gosta do que está fazendo
E os meus alunos que se destacaram entrando em Concursos e ganhando primeiros lugares nunca foram forçados por mim a estudar mais, ou a entrar em Concursos. .
Sempre os respeitei e fizeram o que queriam pela sua própria vontade

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Walkyria,

Você falou de seus professores, falou dos métodos aplicados, de técnicas de ensino, da importância do estudo da música na vida das pessoas, falou de seus filhos, de seus netos mas não falou ainda da grande pianista que convive com tudo isso.

Tive oportunidade de ouvi-la inúmeras vezes no decorrer da infância e adolescência de meus filhos, período em que nosso convívio era mais próximo justamente em função das aulas e de inúmeras outras atividades correlatas.

Lembro-me bem das audições do final de ano que a par de todo o burburinho dos alunos para saber a ordem em que iriam se apresentar também pairava no ar a questão de qual peça você iria nos presentear. Lembro-me do Clair de Lune (Como jamais ouvi antes, nem depois), Lembro-me da Fantasia do Hino Nacional, do concerto de Liszt, Noturno de Chopin, enfim, cada ano um presente, que em decorrência dos desdobramentos da vida, pelas suas mãos, ficou restrito a poucos ouvintes, mas quem ouviu sabe que recebeu um presente de muito valor.

Hoje meus filhos são adultos e nenhum dos dois abraçou a carreira da música, mas posso afirmar sem nenhum medo de errar que suas aulas transformaram suas vidas, a música realmente muda o indivíduo para melhor.

O Ivan na tenra adolescência já havia decidido que a música na vida dele seria somente um hobby, e até hoje aquelas aulas de iniciação musical ainda são assunto na vida dele.

A Luciana, na volta do concurso do Chile também já demonstrava interesse em outra carreira profissional, mas também tem a música exercendo sua influência benéfica inclusive nesta carreira que ela segue.

Bem, queria deixar aqui meu testemunho e render homenagens à jovem mais idosa do Brasil.


Enéas Lisbôa